segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Mais) Meninas e (Menos) Meninos

"E eu gosto de meninos e meninas" Verso da música Meninos e Meninas, da Legião Urbana. Eu, particularmente, prefiro as meninas. Não no sentido sexual ou romântico da palavra. Mas no geral, mulheres são mais atraentes que os homens. Vejamos o porquê.
Homens são completamente simples. Mulheres são puramente complexas. Homens tem sentimentos iguais aos nossos, problemas semelhantes aos nossos, relacionamentos afetivos (românticos ou não) idênticos aos nossos. Mas um cérebro diferente. Eu realmente não sei a quantas andam as pesquisas científicas nesse sentido. Talvez tenham descoberto que até o cérebro masculino é similar ao feminino. Mas eu tenho certeza (essa mania de mulher de sempre ter certeza, sempre estar certa) que há uma 'pecinha' neles que funciona de forma diferente da nossa. Mas não importa o que cientistas, psicólogos, cartomantes ou o papa diga. Mulheres e homens são diferentes. Mulheres são muito complicadas. E é isso o que eu amo nelas.
Um dia somos mais bonitas que Gisele Bündchen, Beyoncé e Angelina Jolie - juntas. No dia seguinte (ou até no mesmo dia), nos transformamos no Corcunda de Notre-Dame de saias. Acordamos Cinderellas, Belas e Brancas-de-Neve, de tão boas; pra na hora seguinte estarmos competindo para ver quem fica com os papeis de madrasta/bruxa-ou-rainha má das histórias e contos de fadas. Podemos dar o sorriso mais branco e cristalino para o vizinho e fazer a cara mais feia para o motorista do ônibus - nem 5 minutos depois. Um telefonema pode começar com um "oi meu amorzinho..." e terminar com "quem você pensa que é pra falar assim comigo?!". Sempre temos as nossas razões.
Essa é a melhor parte. As razões que temos para as mudanças de humor. TPM parece durar a vida inteira, ininterruptamente. Dor-de-cabeça, problemas com o chefe, com o trânsito, salário pequeno pra contas grandes. Tudo isso é motivo. Como se homem não passasse pelas mesmas situações - menos a tensão pré-menstrual. Claro que eles tem vias de escape. Mas nós também temos. 
Essa é outra injustiça feminina. Entretenimento feminino é de segunda a sábado, das 18h às 22h - ou seja, novela. Entretenimento masculino pode ser (e nem sempre é) de quarta, quinta, sábado e domingo, 2 horas por dia. E nós somos capazes de reclamar disso. Não vemos graça no esporte favorito da nação (eu sinceramente não vejo), mas é totalmente cabível os italianos falarem português na Itália, um estilista famoso não ter sua identidade secreta revelada ou qualquer outra coisa do gênero. Homem não pode beber com os amigos, mas mulher pode ir ao Shopping sem o namorado/noivo/marido - de preferência, só com o cartão dele.
Queremos ter independência financeira - em partes. Até o jantar de aniversário de namoro/noivado/casamento, num restaurante bem caro - e com cardápio bem exótico (i. é, comida ruim). Ali ele se torna o homem, o provedor, o "cavalheiro". Mas se comprar uma lava-louças, pensando em nos poupar dessa ingrata tarefa, "o que ele está pensando?!". Queremos pagar o ingresso no cinema; mas ele pode nos dar de presente aquele tamanco lançamento metade-do-salário-do-mês (e que se ele pudesse, diria que achou feio - mas ele não pode).
Opinião de homem não vale um centavo. A gente pede só pra fazer o contrário. "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Não corta não, tá bonito" "Você acha então que eu tenho que te agradar, fazer a sua vontade?!". Ou então: "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Corta, vai ficar legal, diferente" "Você não gosta do meu cabelo assim?! O que você tem contra ele?!". Há quem diga que mulher não se arruma pros homens, mas pras outras mulheres. Eu não sei. Mas que ela só ouve os conselhos das amigas, isso é verdade.
Enfim, mulher é mais complicada que matemática espacial, física nuclear, teoria das cordas, genética, filosofia avançada, russo, línguas nórdicas e socialismo político-econômico - tudo junto. Mulher é tão complicada, que nem ela sabe se definir. Tem dia que nem ela mesma se suporta; mas tem dia que ela se ama mais que tudo nessa vida. Deve ser por isso que eu amo ser mulher - hoje; amanhã não garanto acordar não querendo ser homem... brincadeira!

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre adolescência, irmãos e bandas...

Eu tinha 11 anos. Eu tinha 11 anos e um irmão 4 anos mais velho. Eu tinha 11 anos, um irmão 4 anos mais velho, e estava mudando de escola. Eu tinha 11 anos. Não é fácil ser adolescente. Aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. Ser adolescente é duro. Insuportável. Angustiante. E estamos falando não de 1, mas 2 adolescentes de sexos diferentes habitando uma mesma casa - e um mesmo quarto. Como sobrevivemos?! Como hoje somos amigos de viajar juntos, eu passar o fim-de-semana na casa dele e ele voltar pra cá de vez em quando?! Como hoje temos o maior respeito e admiração um pelo outro?! Não posso atribuir tudo isso a uma banda. Não posso dizer que uma banda de rock foi responsável pelos laços que nos unem (lindo isso, não?!). Isso é graças a formação familiar que tivemos, a nossa educação, o ambiente em que fomos criados. Mas posso garantir que uma banda de rock facilitou nossa convivência durante a - tenebrosa - adolescência.
Eu tinha 11 anos quando fui apresentada ao Red Hot Chili Peppers. Eu ouvia Sandy & Júnior, Britney Spears e Band FM. Meu irmão trouxe 2 albuns do Red Hot - pelo menos é assim que eu me lembro. Havia uma energia naquela música, uma vibração, qualquer coisa que nos atinge fatalmente e então ficamos perplexos. Não foi gradativo. Não foi aos poucos. Foi instantâneo. Difícil explicar esse tipo de coisa. Mas é fácil dizer as consequências disso.
Não deixamos de ser irmãos adolescentes por isso. Eu não deixei de ouvir Britney Spears e POP em geral. Mas quando o Fantástico abriu uma votação para qual clipe iria passar no final, se o novo do Red Hot ou o novo do Sandy & Junior, eu torci para que o Red Hot ganhasse - e assim foi. Isso porque eu ainda gostava de Sandy & Junior na época. Quando eles tocaram no Rock In Rio 2000, eu fiquei a madrugada acordada com meu irmão, lançando pragas no Márcio Garcia por falar durante o Show (pelo jeito não fomos só nós, esse aí não conseguiu ser galã nem de novela da Glória Perez, que até o sem-expressão Murilo Benício consegue). Em 2002, mais precisamente no dia 12 de Outubro, que foi um sábado (certas coisas nessa vida marcam, ok?!), eu me senti um pouco lá com meu irmão quando os Chili Peppers tocaram no Pacaembu. Eu também amaldiçoei toda a rádio 89fm, que agora virou um sei-lá-o-quê mas na época era a rádio rock, por não transmitir o show direito.
Não ouço as mesmas músicas que meu irmão. E ele com certeza não curte metade do que curto. Mas atravessamos nossas adolescências ouvindo CDs inteiros, assistindo a programas, gravando videoclipes (fita VHS, lembra?! ok!, sou velha), comprando revistas, tudo por uma banda. Eu realmente não posso dizer que se não fosse o Red Hot, não seriamos tão unidos. Mas posso garantir que teria sido muito (mas muito mesmo) mais difícl.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mensagens Motivacionais me desmotivam

Já reparou como todo mundo tem a solução pro SEU problema, menos VOCÊ?! É impressionante o tanto de conselhos que ganhamos, muitos sem pedí-los, e quase todos sem aplicá-los...
Fiquei pensando no porque disso, porque todo mundo tem algo a lhe dizer sobre o que você está passando. E a resposta é muito óbvia, e me sinto até idiota por demorar tanto tempo pra chegar a essa conclusão: porque o problema não é dele. A vida não é dele, o emprego não é dele, a namorada (ou a falta de) não é dele. Se fosse, ele não perdia tempo filosofando e tentava fazer alguma coisa. E se não desse certo, ele ficaria louco da vida, pensaria um monte de besteira e deixava quieto - ou tentava outra coisa, sei lá.
Agora, o problema é seu. Vida, emprego, família, amigos, o que quer que esteja te incomodando, é problema seu. Você pensa em fazer alguma coisa, ou não pensa em fazer nada. Você está triste, chateado, irado, deprimido. Então vem aquela pessoa legal e te fala um monte de coisa bonita. Aí você vê a beleza da vida e esquece dos seus problemas. NOT. Você continua do jeito que estava, ou talvez um pouco pior, porque as pessoas não te entendem, ou então porque você passa a acreditar que não tem motivo para estar assim. Peraí! Lembra de quem é o problema?! Lembra de quem é a vida?! Lembra?! É a sua vida, é o seu problema! Meu filho, um chute no seu estômago não dói em mim. Eu posso até me compadecer de você, posso até te levar ao pronto socorro, mas te falar que a dor é pra lembrarmos que estamos vivos, e dê graças a Deus por ter estômago... não né?! Hora mais chata de passar mensagens positivas e bonitinhas.
Livros de auto-ajuda são muito legais. Você lê um monte de coisa interessante neles. Mas se eu puder te dar um conselho (e será só um): não os leia quando estiver deprimido. Não adianta. "Veja a vida positivamente". Legal, quero fazer isso, mas no momento eu preciso saber como. "As respostas não estão neste livro, mas sim dentro de você". E eu posso saber porque razão gastei 9,90 para ter o livro?! Sério mesmo, leia auto-ajuda num momento bom da sua vida. Ele está cheio de mensagens e alguma coisa sempre é útil. Mas quando tudo que você quer é chorar feito criança e gritar: "Eu quero a minha mãe!", acredite, ele não serve pra nada.
O problema do ser humano é achar que a vida deve ser só alegria, que todo mundo é feliz menos você, que não existe espaço pra raiva, mágoa ou desânimo. Embora não sejam realmente os mais nobres sentimentos, tentar ignorá-los não vai desaparecer com eles, da mesma forma como o lixo não some da sua casa num piscar de olhos - quem dera...
Sinta raiva, xingue, chore, durma um fim-de-semana inteiro e fique meio deprê de vez em quando. E se alguém quiser te enfiar goela abaixo mensagem de vida ou lição de moral, mande ele pro inferno e seja feliz - ou não, você que sabe.