sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Calendário

Lembrei agora do meu primeiro emprego. Recepcionista de um laboratório de tomografia computadorizada dental - mais específico, impossível. Bom, pulando toda a história sobre o tal emprego, e indo para a parte determinante dele: tinha prazo de validade. Não, não era contrato. Era um emprego comum, com carteira registrada. Mas tinha prazo de validade pra mim. Eu tinha passado num concurso público. E embora tenha demorado um século (exagerada) para me chamarem, sabia que um dia eu sairia de lá - do laboratório.
Cada dia que terminava, eu passava o marca-texto por cima. Um dia a menos. Meses fazendo isso, pois mesmo não sabendo a data, eu sabia que um dia aquilo iria acabar. Era o que me consolava nos dias ruins. Era o meu mantra às 7h45 da manhã em plena estação da Sé. Era a minha promessa pra mim mesma todos os sábados daqueles quase sete meses. Acabaria. Um dia eu poderia olhar pra trás e dizer: sim, eu fui recepcionista de um laboratório (de tomografia computadorizada dental, rs), mas isso é passado.
Esse dia chegou. Aliás, esse dia chegou há mais de um ano. Entre o alívio dos sábados livres e a tristeza pelo fim - mesmo que já previsto, e até planejado - de um ciclo, eu realmente hoje posso dizer que aquilo faz parte do meu passado. Agora, no meu terceiro emprego (e segundo concursado, porque eu não sou besta de trocar o garantido pelo duvidoso), eu vejo que o tempo passou até rápido demais. No meu novo calendário, um monte de anotações, datas marcadas, férias do ano-que-vem já contornadas. Mas nada de contagem regressiva. Devido a minha insatisfação crônica, não garanto (nem creio) que esse seja meu último emprego, onde vou me aposentar. Mas, por enquanto, não tenho pressa pra mudar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mudanças

As mudanças ocorrem lentamente. A gente pensa que vai acordar um dia com tudo mudado, tudo solucionado... Ledo engano. Até chegar ao ponto de ver na minha pasta de e-mails enviados um constando o seu endereço, e não sofrer mais com isso (pelo contrário, até esbocei um sorriso), tive que muitas vezes lutar contra mim mesma, sofrer calada (e me arrependo de não ter sofrido mais), sentir calafrios ao ouvir seu nome. Hoje estou aqui, escrevendo sobre você, sem medo, sem dor, sem arrependimento - porque como já disse anteriormente, arrependimento demais é achar que não se aprende nada com uma situação, e eu aprendi muita com essa.
Acordei mudada. Mas demorou tanto, foi tão devagar, que hoje o meu sono é mais forte que a minha mudança. A gente acha que quando mudar, será um dia de primavera, com sol e flores, alegria contagiante. Mas hoje é um dia de inverno pós-feriado, ainda frio porque choveu ontem (Aleluia! por isso, o tempo em SP estava muito seco), e eu com sono porque meu corpo ainda não se acostumou a acordar cedo, depois de quase uma semana dormindo até tarde. Mudei sim. Mas quase não sinto mais a mudança. Não foi algo repentino. Foi gradativo. Em algum momento entre o ano passado (que parece tão longe, mas não é) e esse, tudo aquilo que eu sentia por você foi se transformando em algo que agora eu não sei te dizer o que é. Se eu disser que foi em março, maio ou agosto, estarei mentindo. Foi na verdade em março, maio e agosto, e todos os outros meses antes e depois e durante.
Hoje apaguei aquele e-mail que te enviei. Por um motivo muito diferente daquele que tinha quando apaguei todos os e-mails que trocamos naquele curto período. Naquela época, era porque doía demais ver tudo aquilo que tínhamos compartilhado e perceber que tudo havia acabado. Reler nossas conversas seria reviver um passado que não tinha (tem) perspectivas de futuro. Mas o tempo, sempre ele, se encarregou de que aquilo que não se apagava num click, se apagasse lentamente da memória. Quando apaguei esse último e-mail, foi pura questão de praticidade: precisava de espaço no meu e-mail já tão pequeno (nem 250 MB). Sinais dos tempos. Sinal da mudança.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Guerra

Existe guerra justa?! Não, não existe. Não vou fazer uma dissertação com argumentos sobre porque eu digo que nenhuma guerra é justa. Me faltam palavras, me sobram emoções. O que faço é colocar duas fotos que mostram porque acredito que a guerra nunca se justifica...




Para outras fotos, o link: