quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rascunhos

Tanto nesse, quanto no outro (e no ainda outro) blog, tenho mais postagens que rascunhos. Beleza. Mas mesmo assim me impressiona o tanto de textos guardados - alguns terminados, outro largados pela metade, e mais outros que estão apenas começados. Mas são rascunhos ainda. E eu tenho as minhas dúvidas se algum já postado seja algo além de um rascunho - do que eu sou.
Rascunhos. Parece que a gente passa a vida inteira se preparando para... viver! Como se houvesse um treino, ou ensaio. A gente escreve de lápis, acreditando que vai dar tempo de voltar de passar a caneta por cima de tudo. A gente faz um rascunho da vida. Mas em que momento vamos passar isso a limpo?!
Eu tenho medo dessa época: fim-de-ano. Medo e pena. Por mim e pelos outros. Por que a gente promete ser melhor no ano que virá, se ainda dá tempo de fazer tanta coisa nesse ano ainda?! Por que a gente planeja fazer tudo o ano-que-vem, mas não faz nada durante esse mês?! Por que a gente começa a riscar a agenda de 2011, se nem terminou de anotar na de 2010?! Por que a gente joga quase um mês fora, na expectativa de outros 12 meses - que virão, como tantos outros, e passarão, como todos que já passaram?! Por quê?!
Por que somos melhores na teoria do que na prática. Por que prometer ser melhor e fazer mais, é muito diferente de cumprir. E alguns conseguem viver tranqüilamente com a promessa de algo - sem que isso precise se concretizar.
Mas eu não. Percebi que quanto mais protelo, mais sofro. Quanto mais procrastino, mais tempo perco. E nessa história de deixar tudo pra depois, e mais prometer que cumprir, eu vou escrevendo a minha vida no rascunho - só que eu não sei quanto tempo vou ter pra passar a limpo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Carinho X Correntes

Parece ser opinião da grande maioria que mandar correntes com mensagens sobre amizade é a forma mais rápida, prática e indolor de demonstrar carinho pelos outros. Por que então eu não sinto esse carinho todo?!
Começa que a mensagem não vem só pra mim. Não, eu não quero que você mande a mesma mensagem individualmente, escrevendo meu nome lá em cima, ou qualquer coisa do gênero. Eu só não quero ver toda a sua lista de contatos. Use cópia oculta. Se o seu medo é que seus amigos não saibam que você já mandou pra determinadas pessoas, e assim mandem repetidas vezes uns para os outros, nem se preocupe. Quem costuma repassar isso não costuma checar pra quem já foi enviado; vai direto no botãozinho 'encaminhar' e zás!, todo mundo vai receber a mesma corrente 50 vezes. Dizem que quanto mais você recebe, é porque mais pessoas gostam de você. Comecei a desconfiar disso quando recebi esse tipo de mensagem de quem eu nem conhecia - sei lá, devem ter visto meu e-mail entre tantos outros que não foram mandados na cópia oculta.
Já que falamos disso, vamos aproveitar o gancho. Vai mandar o seu com cópia oculta?! Obrigada. Me faça mais um favor, então. Demonstre seu carinho por quem te mandou isso, e apague os rastros dele. "Como é?!" Isso mesmo, apague os rastros dele. Apague o endereço de e-mail dele (que vai aparecer quando você for encaminhar), apague os contatos dele (se ele ainda não aprendeu a usar o Cco.), apague as informações dele. Aproveita e apaga também aqueles anúncios que ficam no pé da página, eles são um saco e só fazem volume.
Apagou tudo?! Muito obrigada. Agora, dá um formatada no texto. "Oi?!" Isso, dá uma formatada no texto. Vê se não tem erros crassos de português - erro bobo, como acentuação, pontuação, erro de digitação, eu até deixo passar. E quando você escreve muito errado no msn, também. Mas se essa é uma mensagem de carinho e afeto, demonstre todo esse afeto pela sua língua materna também. Ela sofre tanto...
Ortografia e gramática ok?! E essa profusão de cores, tamanhos e estilos de letras variados?! É proposital?! Sério mesmo?! É nessas horas que eu descubro que aquela amiga super séria na verdade é um poço de alegria. Mentira. As amigas sérias não mandam correntes. Então está certo. Você é colorida, você é divertida, você pode me mandar mensagens esfuziantes. Mas arruma o parágrafo. "O quê?!" Arruma o parágrafo. Sabe, as mensagens às vezes vem tão desconfiguradas que mesmo numa tela widescreen de 20 polegadas, você ainda tem que ficar andando com a setinha, da esquerda pra direita, e vice-versa. Arruma o parágrafo. Vai ficar show!
Formatação pronta, erros corrigidos, rastros apagados, cópia oculta pra todo mundo. Deixe uma mensagem pessoal. "Para tudo!". Não não, deixe uma mensagem pessoal, pra eu ter certeza que você tem realmente todo esse carinho por mim (nós). Entenda: não é pra por o meu nome, mas sim o seu. Assinatura automática está valendo. Se quiser deixar um recado curtinho - 'lembrei de você...', 'beijos', 'espero que goste(m)' - melhor ainda. Não se preocupe. Se tocar no meu coração encaminhar a mensagem, eu apago o seu recado e escrevo o meu; ou você prefere que eu mantenha o seu?!
Dá muito trabalho?! Ué, eu sempre leio que devemos 'perder' um minutinho re-enviando essas mensagens pra quem amamos. Perca dois e me faça muito mais feliz. Pense bem. Mensagem todo mundo encaminha. Agora, mensagem com estética legal, sem erros de português, sem a lista de contatos das 25 pessoas anteriores que mandaram aquilo, sem aquele monte de 'FW' ou 'ENC' no assunto (sabia que tinha esquecido de algo!)... será quase uma mensagem nova!
Sou chata?! Pra caramba! Mas esse monte de mensagens não se apaga sozinha da minha caixa de entrada, e às vezes eu nem acho a mensagem no meio de tanto lixo que vem junto. Demonstre seu carinho por mim me poupando de tudo isso.
Unsbeijos,

Aninha

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Mais) Meninas e (Menos) Meninos

"E eu gosto de meninos e meninas" Verso da música Meninos e Meninas, da Legião Urbana. Eu, particularmente, prefiro as meninas. Não no sentido sexual ou romântico da palavra. Mas no geral, mulheres são mais atraentes que os homens. Vejamos o porquê.
Homens são completamente simples. Mulheres são puramente complexas. Homens tem sentimentos iguais aos nossos, problemas semelhantes aos nossos, relacionamentos afetivos (românticos ou não) idênticos aos nossos. Mas um cérebro diferente. Eu realmente não sei a quantas andam as pesquisas científicas nesse sentido. Talvez tenham descoberto que até o cérebro masculino é similar ao feminino. Mas eu tenho certeza (essa mania de mulher de sempre ter certeza, sempre estar certa) que há uma 'pecinha' neles que funciona de forma diferente da nossa. Mas não importa o que cientistas, psicólogos, cartomantes ou o papa diga. Mulheres e homens são diferentes. Mulheres são muito complicadas. E é isso o que eu amo nelas.
Um dia somos mais bonitas que Gisele Bündchen, Beyoncé e Angelina Jolie - juntas. No dia seguinte (ou até no mesmo dia), nos transformamos no Corcunda de Notre-Dame de saias. Acordamos Cinderellas, Belas e Brancas-de-Neve, de tão boas; pra na hora seguinte estarmos competindo para ver quem fica com os papeis de madrasta/bruxa-ou-rainha má das histórias e contos de fadas. Podemos dar o sorriso mais branco e cristalino para o vizinho e fazer a cara mais feia para o motorista do ônibus - nem 5 minutos depois. Um telefonema pode começar com um "oi meu amorzinho..." e terminar com "quem você pensa que é pra falar assim comigo?!". Sempre temos as nossas razões.
Essa é a melhor parte. As razões que temos para as mudanças de humor. TPM parece durar a vida inteira, ininterruptamente. Dor-de-cabeça, problemas com o chefe, com o trânsito, salário pequeno pra contas grandes. Tudo isso é motivo. Como se homem não passasse pelas mesmas situações - menos a tensão pré-menstrual. Claro que eles tem vias de escape. Mas nós também temos. 
Essa é outra injustiça feminina. Entretenimento feminino é de segunda a sábado, das 18h às 22h - ou seja, novela. Entretenimento masculino pode ser (e nem sempre é) de quarta, quinta, sábado e domingo, 2 horas por dia. E nós somos capazes de reclamar disso. Não vemos graça no esporte favorito da nação (eu sinceramente não vejo), mas é totalmente cabível os italianos falarem português na Itália, um estilista famoso não ter sua identidade secreta revelada ou qualquer outra coisa do gênero. Homem não pode beber com os amigos, mas mulher pode ir ao Shopping sem o namorado/noivo/marido - de preferência, só com o cartão dele.
Queremos ter independência financeira - em partes. Até o jantar de aniversário de namoro/noivado/casamento, num restaurante bem caro - e com cardápio bem exótico (i. é, comida ruim). Ali ele se torna o homem, o provedor, o "cavalheiro". Mas se comprar uma lava-louças, pensando em nos poupar dessa ingrata tarefa, "o que ele está pensando?!". Queremos pagar o ingresso no cinema; mas ele pode nos dar de presente aquele tamanco lançamento metade-do-salário-do-mês (e que se ele pudesse, diria que achou feio - mas ele não pode).
Opinião de homem não vale um centavo. A gente pede só pra fazer o contrário. "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Não corta não, tá bonito" "Você acha então que eu tenho que te agradar, fazer a sua vontade?!". Ou então: "O que acha de eu cortar o cabelo?!" "Corta, vai ficar legal, diferente" "Você não gosta do meu cabelo assim?! O que você tem contra ele?!". Há quem diga que mulher não se arruma pros homens, mas pras outras mulheres. Eu não sei. Mas que ela só ouve os conselhos das amigas, isso é verdade.
Enfim, mulher é mais complicada que matemática espacial, física nuclear, teoria das cordas, genética, filosofia avançada, russo, línguas nórdicas e socialismo político-econômico - tudo junto. Mulher é tão complicada, que nem ela sabe se definir. Tem dia que nem ela mesma se suporta; mas tem dia que ela se ama mais que tudo nessa vida. Deve ser por isso que eu amo ser mulher - hoje; amanhã não garanto acordar não querendo ser homem... brincadeira!

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre adolescência, irmãos e bandas...

Eu tinha 11 anos. Eu tinha 11 anos e um irmão 4 anos mais velho. Eu tinha 11 anos, um irmão 4 anos mais velho, e estava mudando de escola. Eu tinha 11 anos. Não é fácil ser adolescente. Aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. Ser adolescente é duro. Insuportável. Angustiante. E estamos falando não de 1, mas 2 adolescentes de sexos diferentes habitando uma mesma casa - e um mesmo quarto. Como sobrevivemos?! Como hoje somos amigos de viajar juntos, eu passar o fim-de-semana na casa dele e ele voltar pra cá de vez em quando?! Como hoje temos o maior respeito e admiração um pelo outro?! Não posso atribuir tudo isso a uma banda. Não posso dizer que uma banda de rock foi responsável pelos laços que nos unem (lindo isso, não?!). Isso é graças a formação familiar que tivemos, a nossa educação, o ambiente em que fomos criados. Mas posso garantir que uma banda de rock facilitou nossa convivência durante a - tenebrosa - adolescência.
Eu tinha 11 anos quando fui apresentada ao Red Hot Chili Peppers. Eu ouvia Sandy & Júnior, Britney Spears e Band FM. Meu irmão trouxe 2 albuns do Red Hot - pelo menos é assim que eu me lembro. Havia uma energia naquela música, uma vibração, qualquer coisa que nos atinge fatalmente e então ficamos perplexos. Não foi gradativo. Não foi aos poucos. Foi instantâneo. Difícil explicar esse tipo de coisa. Mas é fácil dizer as consequências disso.
Não deixamos de ser irmãos adolescentes por isso. Eu não deixei de ouvir Britney Spears e POP em geral. Mas quando o Fantástico abriu uma votação para qual clipe iria passar no final, se o novo do Red Hot ou o novo do Sandy & Junior, eu torci para que o Red Hot ganhasse - e assim foi. Isso porque eu ainda gostava de Sandy & Junior na época. Quando eles tocaram no Rock In Rio 2000, eu fiquei a madrugada acordada com meu irmão, lançando pragas no Márcio Garcia por falar durante o Show (pelo jeito não fomos só nós, esse aí não conseguiu ser galã nem de novela da Glória Perez, que até o sem-expressão Murilo Benício consegue). Em 2002, mais precisamente no dia 12 de Outubro, que foi um sábado (certas coisas nessa vida marcam, ok?!), eu me senti um pouco lá com meu irmão quando os Chili Peppers tocaram no Pacaembu. Eu também amaldiçoei toda a rádio 89fm, que agora virou um sei-lá-o-quê mas na época era a rádio rock, por não transmitir o show direito.
Não ouço as mesmas músicas que meu irmão. E ele com certeza não curte metade do que curto. Mas atravessamos nossas adolescências ouvindo CDs inteiros, assistindo a programas, gravando videoclipes (fita VHS, lembra?! ok!, sou velha), comprando revistas, tudo por uma banda. Eu realmente não posso dizer que se não fosse o Red Hot, não seriamos tão unidos. Mas posso garantir que teria sido muito (mas muito mesmo) mais difícl.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mensagens Motivacionais me desmotivam

Já reparou como todo mundo tem a solução pro SEU problema, menos VOCÊ?! É impressionante o tanto de conselhos que ganhamos, muitos sem pedí-los, e quase todos sem aplicá-los...
Fiquei pensando no porque disso, porque todo mundo tem algo a lhe dizer sobre o que você está passando. E a resposta é muito óbvia, e me sinto até idiota por demorar tanto tempo pra chegar a essa conclusão: porque o problema não é dele. A vida não é dele, o emprego não é dele, a namorada (ou a falta de) não é dele. Se fosse, ele não perdia tempo filosofando e tentava fazer alguma coisa. E se não desse certo, ele ficaria louco da vida, pensaria um monte de besteira e deixava quieto - ou tentava outra coisa, sei lá.
Agora, o problema é seu. Vida, emprego, família, amigos, o que quer que esteja te incomodando, é problema seu. Você pensa em fazer alguma coisa, ou não pensa em fazer nada. Você está triste, chateado, irado, deprimido. Então vem aquela pessoa legal e te fala um monte de coisa bonita. Aí você vê a beleza da vida e esquece dos seus problemas. NOT. Você continua do jeito que estava, ou talvez um pouco pior, porque as pessoas não te entendem, ou então porque você passa a acreditar que não tem motivo para estar assim. Peraí! Lembra de quem é o problema?! Lembra de quem é a vida?! Lembra?! É a sua vida, é o seu problema! Meu filho, um chute no seu estômago não dói em mim. Eu posso até me compadecer de você, posso até te levar ao pronto socorro, mas te falar que a dor é pra lembrarmos que estamos vivos, e dê graças a Deus por ter estômago... não né?! Hora mais chata de passar mensagens positivas e bonitinhas.
Livros de auto-ajuda são muito legais. Você lê um monte de coisa interessante neles. Mas se eu puder te dar um conselho (e será só um): não os leia quando estiver deprimido. Não adianta. "Veja a vida positivamente". Legal, quero fazer isso, mas no momento eu preciso saber como. "As respostas não estão neste livro, mas sim dentro de você". E eu posso saber porque razão gastei 9,90 para ter o livro?! Sério mesmo, leia auto-ajuda num momento bom da sua vida. Ele está cheio de mensagens e alguma coisa sempre é útil. Mas quando tudo que você quer é chorar feito criança e gritar: "Eu quero a minha mãe!", acredite, ele não serve pra nada.
O problema do ser humano é achar que a vida deve ser só alegria, que todo mundo é feliz menos você, que não existe espaço pra raiva, mágoa ou desânimo. Embora não sejam realmente os mais nobres sentimentos, tentar ignorá-los não vai desaparecer com eles, da mesma forma como o lixo não some da sua casa num piscar de olhos - quem dera...
Sinta raiva, xingue, chore, durma um fim-de-semana inteiro e fique meio deprê de vez em quando. E se alguém quiser te enfiar goela abaixo mensagem de vida ou lição de moral, mande ele pro inferno e seja feliz - ou não, você que sabe.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Calendário

Lembrei agora do meu primeiro emprego. Recepcionista de um laboratório de tomografia computadorizada dental - mais específico, impossível. Bom, pulando toda a história sobre o tal emprego, e indo para a parte determinante dele: tinha prazo de validade. Não, não era contrato. Era um emprego comum, com carteira registrada. Mas tinha prazo de validade pra mim. Eu tinha passado num concurso público. E embora tenha demorado um século (exagerada) para me chamarem, sabia que um dia eu sairia de lá - do laboratório.
Cada dia que terminava, eu passava o marca-texto por cima. Um dia a menos. Meses fazendo isso, pois mesmo não sabendo a data, eu sabia que um dia aquilo iria acabar. Era o que me consolava nos dias ruins. Era o meu mantra às 7h45 da manhã em plena estação da Sé. Era a minha promessa pra mim mesma todos os sábados daqueles quase sete meses. Acabaria. Um dia eu poderia olhar pra trás e dizer: sim, eu fui recepcionista de um laboratório (de tomografia computadorizada dental, rs), mas isso é passado.
Esse dia chegou. Aliás, esse dia chegou há mais de um ano. Entre o alívio dos sábados livres e a tristeza pelo fim - mesmo que já previsto, e até planejado - de um ciclo, eu realmente hoje posso dizer que aquilo faz parte do meu passado. Agora, no meu terceiro emprego (e segundo concursado, porque eu não sou besta de trocar o garantido pelo duvidoso), eu vejo que o tempo passou até rápido demais. No meu novo calendário, um monte de anotações, datas marcadas, férias do ano-que-vem já contornadas. Mas nada de contagem regressiva. Devido a minha insatisfação crônica, não garanto (nem creio) que esse seja meu último emprego, onde vou me aposentar. Mas, por enquanto, não tenho pressa pra mudar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mudanças

As mudanças ocorrem lentamente. A gente pensa que vai acordar um dia com tudo mudado, tudo solucionado... Ledo engano. Até chegar ao ponto de ver na minha pasta de e-mails enviados um constando o seu endereço, e não sofrer mais com isso (pelo contrário, até esbocei um sorriso), tive que muitas vezes lutar contra mim mesma, sofrer calada (e me arrependo de não ter sofrido mais), sentir calafrios ao ouvir seu nome. Hoje estou aqui, escrevendo sobre você, sem medo, sem dor, sem arrependimento - porque como já disse anteriormente, arrependimento demais é achar que não se aprende nada com uma situação, e eu aprendi muita com essa.
Acordei mudada. Mas demorou tanto, foi tão devagar, que hoje o meu sono é mais forte que a minha mudança. A gente acha que quando mudar, será um dia de primavera, com sol e flores, alegria contagiante. Mas hoje é um dia de inverno pós-feriado, ainda frio porque choveu ontem (Aleluia! por isso, o tempo em SP estava muito seco), e eu com sono porque meu corpo ainda não se acostumou a acordar cedo, depois de quase uma semana dormindo até tarde. Mudei sim. Mas quase não sinto mais a mudança. Não foi algo repentino. Foi gradativo. Em algum momento entre o ano passado (que parece tão longe, mas não é) e esse, tudo aquilo que eu sentia por você foi se transformando em algo que agora eu não sei te dizer o que é. Se eu disser que foi em março, maio ou agosto, estarei mentindo. Foi na verdade em março, maio e agosto, e todos os outros meses antes e depois e durante.
Hoje apaguei aquele e-mail que te enviei. Por um motivo muito diferente daquele que tinha quando apaguei todos os e-mails que trocamos naquele curto período. Naquela época, era porque doía demais ver tudo aquilo que tínhamos compartilhado e perceber que tudo havia acabado. Reler nossas conversas seria reviver um passado que não tinha (tem) perspectivas de futuro. Mas o tempo, sempre ele, se encarregou de que aquilo que não se apagava num click, se apagasse lentamente da memória. Quando apaguei esse último e-mail, foi pura questão de praticidade: precisava de espaço no meu e-mail já tão pequeno (nem 250 MB). Sinais dos tempos. Sinal da mudança.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Guerra

Existe guerra justa?! Não, não existe. Não vou fazer uma dissertação com argumentos sobre porque eu digo que nenhuma guerra é justa. Me faltam palavras, me sobram emoções. O que faço é colocar duas fotos que mostram porque acredito que a guerra nunca se justifica...




Para outras fotos, o link:

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Irmãos Mais Velhos

Vejo sempre um dupla (não casal) de irmãos no ônibus que eu pego. Dou pro menino algo entre 13 e 14 anos, e a menina não mais que 10. O irmão faz pouco caso da irmã. Ela sempre se atrapalha com o bilhete único (não consegue achá-lo) e com a mochila de rodinhas. Ele não a ajuda em nada. Não sei, mas tenho pra mim que, se fosse possível, ele até a atrapalharia. Ele quase sempre senta. Ela, quase nunca. Eles parecem brigar por todo e qualquer motivo.

Quando olho pra eles, quase instantâneamente me lembro do meu irmão (guardando as devidas proporções, é claro). O que o meu irmão não sabe é que eu lembro disso com uma espécie de gratidão. Irmãos que não nos protegem a todo instante, que não nos mimam, estão na verdade nos treinando pra vida, nos preparando pro mundo lá fora. Aprendemos a nos virar sozinhas. Tornamo-nos auto-suficientes. Sabemos lidar com adversidades. E mais importante, não dependemos da ajuda de outros - nem esperamos por isso.

Sinto empatia por aquela menina, com certeza. Tenho vontade de, sem que o irmão veja, sussurrar no ouvido dela: "Já passei por isso. Acredite: um dia você vai agradecê-lo por tudo."

Arrependimentos

"I would never change a thing, even if I could." Verso de uma música (muito boa) do Foo Fighters. Sempre me senti assim. Alguns chamam isso de arrogância, que o Dicionário Michaelis (Online) define como: sf (lat arrogantia) Altivez, insolência, orgulho, presunção. Bom, isso eu nunca senti, não dessa forma. Mas quando digo que não mudaria nada na minha vida, é que ter tomado as decisões que eu tomei (boas e ruins), passar pelo que eu passei (alegrias e tristezas), me fez chegar onde eu estou hoje, me fez ser quem eu sou agora. E eu sinceramente me sinto bem comigo mesma, feliz - a despeito da minha insatisfação crônica já citada anteriormente.

Arrependimentos todos temos. Mas que eles nos sirvam de aprendizado. Que continuemos o que deu certo, mudemos o que deu errado. Arrisquemos. O que não adianta é ficar lamentando pelo que passou, como se fosse possível voltar ao passado e mudá-lo. E mesmo que fosse, já pensou o que acarretaria mudar algo do passado?! Se não pensou, pense. E sugiro que assista ao (primeiro) filme "Efeito Borboleta". Nele, o protagonista tem esse poder, de mudar o que aconteceu. Mas toda vez que ele volta e muda, ele vê que todo o futuro (dele e dos que o cercam) muda drasticamente. Paro por aqui pra não soltar nenhum SPOILER. Mas vale a pena. Guardando as devidas proporções, é isso que aconteceria conosco se mudássemos o que já passou. Isso afetaria, não só a nossa vida, mas de todos a nossa volta. Vale a pena?! Acho que não.

Ou seja, não reclame da vida, não viva no passado. Aprenda dele, cresça com ele. Guarde as boas lembranças, só. Porque quem vive de arrependimentos deixa de viver o presente, e se arrependerá muito mais no futuro. Eu não mudaria nada, mesmo se pudesse. Todas as músicas que eu costumava cantar, todas eram boas. A música (Resolve) continua. E vale muito a pena escutá-la - você não vai se arrepender.



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Em Construção

Em construção porque nunca estou satisfeita com nada. Chamo de insatisfação crônica. É como a gravidez crônica, quando a mulher tem todos os sintomas de uma gravidez normal (enjoo, aumento de peso, lactação inclusive), só não está grávida. A insatisfação crônica é por aí. Tem-se todos os sintomas: irritação, desânimo, frustração, entre outros. Mas não se tem a causa, o motivo... o feto.

Como já dito no post anterior, mudo sempre. Não de cabelo, roupas ou amigos. Mudo por dentro. Às vezes quieta, às vezes faladeira. Ora calma, ora nervosa. Muito boa, ou muito má. Mas nunca satisfeita. Nunca contente. Parece que sempre fica faltando algo. Diferente de Cecília Meireles, nunca posso dizer: "...e a minha vida está completa." Porque não está. Pelo menos não agora.


Em construção quer dizer isso: a casa não está pronta, mas está começada. Lao-Tsé, filósofo chinês, disse que "uma longa viagem começa com um único passo." Estou dando esse passo agora. Pra onde eu vou?! Nem eu sei... Mas se quiser me acompanhar, poderemos descobrir juntos.

Amadurecendo

Uso sempre essa frase pra me definir: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Mais do que um verso de uma ótima música do Raul Seixas, ela descreve bem como eu me sinto, em relação a (quase) tudo. Acredito sim que existam pessoas que nunca mudam. Nascem ouvindo sertanejo, e morrem ouvindo sertanejo. Nascem e morrem ouvindo heavy metal. Só assistem a filmes "B" ou "cult", nunca comem em fast-food, só usam transporte público, e por aí vai... Não só acredito na existência desses, como também respeito, aceito. Afinal, quem sou eu pra julgar?! Mas diferente desses, eu mudo sempre. Não consigo me adaptar a rotina, cotidiano, dia-a-dia. E sofro. Sofro por tentar (em vão) ser igual a todo mundo, passar despercebida. "Adaptação" é uma palavra que não me cabe - pelo menos, não agora. Pra mim, soa como ter que cortar um pedaço das pernas, pra poder caber na caixa.

Outra citação que está entre as minhas favoritas, é da escritora Maria Clara Machado: "Aprendi que amadurecer dói, mas o fruto pode ser bom." Falo isso porque sinto na pele. Descobri que pra me tornar a borboleta que eu quero, tenho antes que romper o casulo que me prende; esse mesmo que até há pouco me protegia dos perigos deste mundo... E rompê-lo é difícil, dói... É vagaroso, e às vezes, frustrante. Mas dizem que nada se compara a ser borboleta, e voar por aí. Então deve valer a pena. Também sei que se não fizer isso agora, se esperar que alguém venha e rompa o casulo por mim, minhas asas nunca terão força suficiente para voar... Essa é a ideia do amadurecimento: sem dor, não há reconhecimento. Se não sofro, não aprendo, e então não amadureço.

Todos tem seu tempo, suas fases. Meu tempo de amadurecer é esse, agora. E a fase pela qual estou passando é de reflexão: parar de olhar em volta, passar a olhar pra dentro. As perguntas eu sempre tive. Mas agora estou descobrindo que eu também tenho as respostas...